Trump minimiza guerra com Venezuela e diz que dias de Maduro estão contados

3 de novembro de 2025

Trump minimiza guerra com Venezuela e diz que dias de Maduro estão contados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, minimizou a possibilidade de um conflito militar entre os EUA e a Venezuela, mas afirmou que o mandato de Nicolás Maduro como presidente venezuelano está próximo do fim.

Durante entrevista ao programa 60 Minutes, da CBS, parceiro da BBC nos EUA, Trump expressou descrença quanto a uma guerra, dizendo: “Duvido. Não acho que vá acontecer. Mas eles têm nos tratado muito mal.” Nos últimos dois meses, as forças armadas americanas aumentaram sua presença militar no Mar do Caribe com navios de guerra, aviões de combate, bombardeiros, fuzileiros navais, drones e aviões espiões, configurando o maior destacamento na região em décadas.

Os EUA têm realizado ataques contra supostos barcos envolvidos no tráfico de drogas no Caribe. O governo de Trump afirma que essas ações são necessárias para frear o fluxo de drogas rumo aos EUA.

Quando questionado sobre o fim iminente do governo Maduro, Trump afirmou acreditar que isso está ocorrendo: “Eu diria que sim, acho que sim.” Ele negou que as operações militares tenham apenas a intenção de derrubar Maduro, alegando que envolvem “muitas coisas.”

Desde o início de setembro, pelo menos 64 pessoas morreram em ataques americanos no Caribe e no Pacífico Leste, segundo informações da CBS News.

Em Mar-a-Lago, Flórida, Trump destacou o impacto dos ataques: “Cada barco abatido impede que 25 mil pessoas sejam afetadas pelas drogas, que destroem famílias em todo o nosso país.”

Ao ser questionado sobre possíveis ataques em solo venezuelano, Trump não descartou essa possibilidade, afirmando: “Eu não diria que faria isso… Não vou dizer o que vou fazer com a Venezuela, se vou fazer ou não.”

Bombardeiros B-52 realizaram demonstrações aéreas próximas à costa venezuelana. Trump autorizou o envio da CIA para a região e o maior porta-aviões do mundo está sendo deslocado para lá.

Nicolás Maduro acusou os EUA de promover “uma nova guerra”, enquanto o presidente colombiano, Gustavo Petro, afirmou que os ataques a embarcações visam a “dominação” da América Latina pelos EUA.

Trump reafirmou que o governo não permitirá a entrada de pessoas “de todo o mundo” nos EUA, mencionando especificamente a Venezuela, que segundo ele abriga gangues como o Tren de Aragua, classificado por Trump como “a gangue mais violenta do mundo.”

Sobre testes nucleares, Trump declarou que planeja retomar esses testes para acompanhar Rússia e China, afirmando: “Estou dizendo que vamos testar armas nucleares como outros países fazem, sim.” Contudo, o Secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, tentou tranquilizar ao dizer que não há planos para explosões nucleares.

Na entrevista, Trump também falou sobre a paralisação do governo americano, que já dura mais de um mês, afetando milhões de cidadãos. Ele culpou os democratas, aos quais chamou de “lunáticos desvairados” que “perderam o rumo”, mas expressou crença de que eles eventualmente votarão para encerrar a paralisação. “E se eles não votarem, o problema é deles”, comentou.

Esta entrevista foi a primeira concedida por Trump à CBS desde que ele processou a Paramount, controladora da CBS, por uma entrevista de 2024 com Kamala Harris, que ele alegou ter sido editada para favorecer os democratas. A Paramount concordou em pagar US$ 16 milhões destinados à futura biblioteca presidencial de Trump, sem que ele tenha recebido diretamente o valor, e o acordo não incluiu pedido de desculpas.

A última aparição de Trump no 60 Minutes foi em 2020, quando abandonou uma entrevista acusando as perguntas de serem tendenciosas, e ele não havia aceitado dar entrevista durante a eleição de 2024.

Créditos: BBC

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