EUA registram série de derrotas eleitorais para Trump, segundo análises

5 de novembro de 2025

EUA registram série de derrotas eleitorais para Trump, segundo análises

Uma análise do jornal britânico The Guardian qualificou os recentes resultados eleitorais nos Estados Unidos como uma “surra” para Donald Trump. Outro veículo americano, The New York Times, também apontou que “a reação chegou”. Prestes a completar um ano após sua eleição para presidente, Trump enfrentou uma sequência de derrotas nas urnas que denunciam o descontentamento com suas políticas e indicam o surgimento de resistência ao que ele chama de desmonte do sistema democrático americano. Trump, contudo, afirmou que não estava sendo testado pessoalmente nas eleições, justificando assim as derrotas de seus aliados.

Na cidade de Nova York, o triunfo do socialista democrático Zohran Mamdani rompeu a narrativa de Trump sobre ampla maioria em apoio às suas políticas de deportação. Essa derrota na maior cidade americana não foi um evento isolado. Na Virgínia, Abigail Spanberger conseguiu o melhor desempenho democrata recente, tornando-se a primeira mulher eleita governadora do estado. Ex-agente da CIA, ela alcançou mais de 64% dos votos em alguns locais, atraindo o apoio dos insatisfeitos com cortes no funcionalismo público promovidos por Trump. Sua vitória possibilitou também a conquista do cargo de procurador-geral para o democrata Jay Jones.

Em Nova Jersey, Mikie Sherrill derrotou Jack Ciattarelli, candidato republicano aliado de Trump que havia vencido em 2021. Analistas consideram que os resultados desse estado são indicativos mais precisos do sentimento nacional do que os de Nova York, que muitos qualificam como uma “ilha política”. A votação latina, que surpreendeu em 2024 ao apoiar Trump, retornou a apoiar os democratas: Sherrill obteve 64% dos votos latinos contra 32% para Ciattarelli, refletindo a insatisfação com a política de deportações. Entre eleitores negros, nove em cada dez votaram em candidatos democratas.

Na Califórnia, os eleitores aprovaram uma medida de redistribuição eleitoral que favorece os democratas na próxima eleição para a Câmara dos Deputados. Na Pensilvânia, juízes democratas da Suprema Corte estadual foram reeleitos, garantindo que o grupo progressista preserve a maioria no tribunal estadual. O resultado fortalece as ambições do governador Gavin Newsom para uma eventual candidatura contra republicanos em 2028.

Em Maine, os eleitores rejeitaram uma proposta republicana que visava dificultar o voto ao exigir identidade com foto, limitar o uso de urnas para devolução de cédulas e modificar o sistema de votação por correspondência. A iniciativa, apresentada como forma de proteger a eleição contra fraudes supostas para seus defensores, foi interpretada pelos democratas como um ataque ao direito de votar, especialmente para pessoas com deficiência, idosos e trabalhadores.

Em meio a essas eleições, os democratas redobraram o foco em questões como o custo de vida para os americanos, usando críticas ao presidente Trump como componente de sua mensagem. A deputada de Nova York, Alexandria Ocasio-Cortez, destacou que a atração dos eleitores se deve às propostas da administração atual, sublinhando o caráter amplo da mensagem para o país.

Créditos: UOL

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