Caso Eloá: saiba quem é o pai da jovem morta em 2008 por ex-namorado

A Netflix lançou em 12 de novembro o documentário “Caso Eloá: Refém ao Vivo”, que retrata o sequestro e morte da adolescente Eloá Pimentel em 2008, vítima do ex-namorado Lindemberg Alves. Uma das fontes da produção é o pai da jovem, Everaldo Pereira dos Santos.
Everaldo, ex-cabo da Polícia Militar de Alagoas, teve passado controverso como matador de aluguel e estava foragido na época do crime. Segundo a revista Exame, ele integrou a Gangue Fardada, um grupo de extermínio ativo nos anos 1990 em Alagoas, envolvido em pistolagem, roubos e assaltos.
Em 1993, Everaldo foi condenado a 33 anos de prisão por assassinar em 1991 o delegado Ricardo Lessa e seu motorista Antenor Carlota da Silva. Fugiu para São Paulo usando o nome Aldo José da Silva para esconder seu histórico.
No momento em que o caso de Eloá ganhou repercussão nacional, ele apareceu na TV recebendo atendimento médico após passar mal, o que possibilitou sua identificação pela polícia pelo sinal no rosto perto do nariz. Recomeçaram as buscas e, embora tenha fugido, Everaldo foi preso em dezembro de 2009 em Maceió.
Cumpriu pena em regime fechado até 2014, depois passou para o semiaberto. Em 2023, seu advogado Thiago Pinheiro declarou ao portal g1 que Everaldo evita a imprensa, sobretudo sobre a morte da filha, e espera reduzir o regime semiaberto, mas a Justiça ainda não concedeu tal pedido. Ele vive com a família em São Paulo.
Em 2012, Everaldo disse ao programa Fantástico que nunca matou ninguém e que não teve julgamento justo. Morou por 15 anos em Santo André (SP), onde trabalhou como segurança e guardava segredo sobre seu passado em Alagoas.
Comentando a cena em que aparece na televisão com atendimento médico, explicou: “Eu não tinha me alimentado e estava com problema de pressão. Quando vi minha filha na janela, meu coração explodiu. Não sai da minha cabeça. Lamento não ter chegado a tempo para resgatá-la.”
No dia 13 de outubro de 2008, Lindemberg Alves, então com 22 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada, Eloá, que tinha 15 anos, em Santo André. Inicialmente fez quatro reféns, depois libertou dois amigos dela, ficando com Eloá e Nayara Rodrigues.
O caso teve ampla repercussão, transmitido ao vivo por emissoras de TV, inclusive com entrevistas concedidas por Lindemberg durante o sequestro.
Após mais de cem horas de negociação, policiais invadiram o local e Lindemberg atirou. Eloá faleceu no hospital, enquanto Nayara foi baleada no rosto e sobreviveu.
Em 2012, Lindemberg foi condenado a 98 anos e 10 meses por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparos de arma de fogo. Em 2013, a pena foi reduzida para 39 anos e 3 meses após recurso. Cumpre pena em regime semiaberto na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (P2 de Tremembé), que abriga presos de casos conhecidos e é tema recente de série de streaming.
Em 2025, Lindemberg teve nova redução de pena de pouco mais de cem dias devido a trabalhos realizados e participação em cursos na unidade prisional, decisão autorizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
Créditos: Gaucha ZH