A diretoria do Potyguar vive um momento de incerteza após o acesso à elite do futebol do Rio Grande do Norte. A conquista, muito comemorada dentro e fora de campo, deu lugar a uma preocupação central: o clube terá condições financeiras de disputar a primeira divisão em 2026? A pergunta domina as conversas internas, e, embora alguns dirigentes sejam mais cautelosos que outros, todos concordam que será necessário um aporte financeiro considerável (valor que hoje o clube não possui) para garantir presença entre os oito participantes do certame do próximo ano.

O futebol, especialmente em competições profissionais, exige investimentos altos. Para efeito de comparação, a campanha vitoriosa na segunda divisão só foi possível graças a uma verdadeira força-tarefa envolvendo diretoria, poder público, patrocinadores e torcida. Apurei que os custos superaram os R$ 150 mil. Na primeira divisão, por exemplo, o custo mínimo pra colocar o time em condições de competição equivale ao dobro ou até o triplo desse valor.

No campo dos patrocínios, a situação também preocupa. O Potyguar, que já teve uma das parcerias mais fortes do futebol do interior potiguar, perdeu em 2024 um importante parceiro, e esse espaço deixado não foi preenchido à altura. A falta de recursos compromete planejamento, execução e todos os passos do projeto. As possibilidades existentes, por exemplo, não se concretizam. O exemplo que cito é uma empresa do setor de mineração. O interesse até foi demonstrado, mas o acerto depende de uma certidão que o clube não possui devido a pendências judiciais ainda em aberto. O cenário é complicado e não é exagero dizer.

E tudo isso ocorre com a competição batendo à porta. A primeira rodada está marcada para o início de janeiro e já estamos acabando novembro. Além do recurso financeiro, é preciso senso de urgência. O tempo corre, e o Potyguar precisa de respostas rápidas para transformar a preocupação atual em um futuro competitivo na primeira divisão.