Escritores brasileiros ainda desconfiam do ChatGPT

2 de abril de 2023

O mundo da tecnologia acompanha, curioso, os novos sistemas alimentados por inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, ferramenta capaz de gerar textos coerentes sobre diversos assuntos – há quem use o ChatGPT para resolver tarefas complexas, como programar softwares, elaborar propostas de negócios e até escrever ficção.

“Nesse terreno, porém, não vejo utilidade nenhuma em um robô”, contesta Cristóvão Tezza, autor do premiado O Filho Eterno. “Um texto literário verdadeiramente forte não será nunca resultado de uma conjugação mecânico-linguística de algoritmos, mas sim obra de uma pessoa, e é só por isso que pode ser forte e bom.”

Tezza encabeça uma lista de autores consultados pelo Estadão sobre a eficiência do ChatGPT. Praticamente todos, embora impressionados pela precisão na produção, revisão e tradução de diferentes tipos de textos, não veem o ChatGPT como auxiliar no trabalho porque ele não é capaz (ainda) de suplantar a sensibilidade humana.

“Os escritores literários não têm o que temer, pois o texto da ferramenta é frio, anódino. Pode até impactar o mercado de trabalho, mas não acredito que os escritores de literatura serão os mais atingidos”, aposta Rodrigo Lacerda, também editor executivo do Grupo Editorial Record.

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