Esteatose hepática: alimentos e hábitos que agravam a gordura no fígado

A esteatose hepática, também conhecida como gordura no fígado, é uma condição que tem afetado muitos atualmente. Ocorre quando há um acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado, e a alimentação está entre seus principais fatores de risco.
Como é uma condição silenciosa, o diagnóstico geralmente não acontece nas fases iniciais. Sem tratamento, essa gordura pode evoluir para inflamação, fibrose, cirrose e até insuficiência hepática, podendo levar, nos casos mais graves, ao câncer do fígado.
Segundo hepatologistas consultados pelo Metrópoles, não há um alimento vilão isolado, porém uma dieta desregulada aliada a um estilo de vida sedentário e ao consumo excessivo de álcool aumenta o risco para o desenvolvimento dessa doença.
O fígado desempenha papéis metabólicos essenciais, como digerir gorduras, absorver nutrientes e eliminar toxinas, sendo fundamental para o organismo.
No mundo, cerca de 30% das pessoas sofrem com gordura no fígado. Essa alteração pode desencadear distúrbios do sono, incluindo insônia, excesso de sono diurno e irregularidade no descanso.
Inicialmente, os sintomas são vagos e podem incluir cansaço, fraqueza, perda de apetite, náuseas e desconforto ou sensação de inchaço no lado direito do abdômen.
O fígado processa grande parte do que ingerimos, e seu excesso de carga prejudica seu funcionamento. A hepatologista Natália Trevizoli esclarece que o consumo elevado de açúcar, álcool ou gordura provoca aumento da lipogênese hepática (formação de gordura a partir do excesso de carboidratos e outras fontes), resistência à insulina e inflamação metabólica, que comprometem as funções do corpo.
Identificar e modificar hábitos alimentares prejudiciais é fundamental para conter o avanço da esteatose hepática. Natália enfatiza que o fígado responde rapidamente às mudanças no estilo de vida para melhor ou pior, e uma dieta adequada pode reduzir resistência insulínica, inflamação e acúmulo de gordura.
Com mudanças consistentes, é possível observar melhora significativa no fígado entre três e seis meses, variando conforme a gravidade e o organismo.
A prevenção da esteatose passa por mudanças no estilo de vida: alimentação correta, prática regular de exercícios e redução do álcool podem transformar o quadro.
O hepatologista Moraes aponta que padronizar horários das refeições e praticar jejum intermitente auxiliam no controle da doença. Comer próximo ao horário de descanso, principalmente em grandes quantidades de açúcar e gordura, dificulta a digestão e favorece o acúmulo de gordura no fígado.
Segundo Moraes, o jejum intermitente reduz a gordura hepática porque períodos prolongados sem alimentação, especialmente ao evitar comer tarde da noite, diminuem o tempo disponível para acumular gordura.
Créditos: metropoles