Furacão Melissa atinge Jamaica com intensidade histórica e segue para Cuba e Bahamas
O furacão Melissa atingiu a costa oeste da Jamaica na terça-feira, 28, como uma tempestade de categoria 5, o nível máximo da escala Saffir-Simpson e a mais intensa já registrada no país. Ventos que chegaram a quase 300 km/h causaram apagões em mais de um terço da ilha, deslocaram milhares para abrigos temporários e mantiveram as autoridades em estado de alerta máximo.
Após atravessar a Jamaica, Melissa continua seu trajeto em direção a Cuba e Bahamas, onde já foram emitidas ordens de evacuação para as áreas de maior risco.
O furacão avança lentamente sobre o território jamaicano, prometendo deixar um rastro de destruição sem precedentes. A Organização Meteorológica Mundial classificou Melissa como “a tempestade do século” para o país caribenho. O primeiro-ministro jamaicano, Andrew Holness, declarou estado de emergência, afirmando que “não há infraestrutura capaz de resistir a um furacão de categoria 5”. O governo destinou US$ 33 milhões para ações emergenciais e acionou seguros e linhas de crédito para lidar com os danos.
Meteorologistas já alertavam desde o dia 27 que o furacão reunia a “receita perfeita para a destruição”: águas caribenhas excepcionalmente quentes, rápida intensificação e movimento extremamente lento. Essa combinação favorece chuvas fortes, enchentes e deslizamentos em áreas extensas. O Centro Nacional de Furacões dos EUA (NHC) prevê até um metro de chuva em algumas regiões da Jamaica e 40 centímetros no Haiti, com risco de inundações severas.
A Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho alertou que o furacão pode afetar 1,5 milhão de pessoas apenas na Jamaica, caracterizando um impacto massivo.
Os ventos fortes já resultaram em apagões para mais de um terço da ilha, conforme informou a companhia elétrica JPS. Nas regiões mais atingidas, aproximadamente 75% dos moradores estão sem energia. Cerca de 6 mil pessoas foram levadas a abrigos, embora muitos dos 28 mil residentes em áreas vulneráveis tenham optado por permanecer em suas casas.
Imagens capturadas por aviões da Força Aérea dos EUA que sobrevoaram o furacão mostraram uma parede interna bem definida e um centro de calma enganosa. Meteorologistas classificam o fenômeno como “uma situação grave se desenrolando em câmera lenta”.
Depois de atravessar a Jamaica, Melissa deve seguir para Santiago de Cuba, segunda maior cidade do país, e depois para as Bahamas. O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, ordenou a evacuação de mais de 500 mil pessoas que vivem em áreas vulneráveis.
“O furacão Melissa chegará com muita força, e existe grande preocupação sobre os danos que ele poderá causar em seu percurso”, afirmou o líder cubano.
Melissa é a 13ª tempestade com nome desta temporada no Atlântico, que vai de 1º de junho a 30 de novembro. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA prevê uma temporada mais intensa que o normal, com 13 a 18 tempestades nomeadas. Cientistas relacionam o aumento na força e frequência desses fenômenos climáticos às mudanças climáticas.
Créditos: Veja Abril