Lula chama operação no Rio com 121 mortos de ‘desastrosa’ e fala em matança

4 de novembro de 2025

Lula chama operação no Rio com 121 mortos de 'desastrosa' e fala em matança

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou como “desastrosa” a operação policial que resultou na morte de 121 pessoas no Rio de Janeiro, durante entrevista a veículos internacionais nesta terça-feira (4).

“O dado concreto é que a operação do ponto de vista da quantidade de mortes, ela foi considerada um sucesso, mas do ponto de vista da ação do Estado, eu acho que ela foi desastrosa”, afirmou aos jornalistas.

Ele acrescentou que o governo está tentando verificar se os legistas da Polícia Federal participarão da investigação do caso. Lula destacou que a decisão judicial previa ordem de prisão, não uma ordem de matança, e pediu que se esclareça em que condições as mortes ocorreram.

As declarações foram dadas durante passagem do presidente por Belém (PA), na conferência climática da ONU COP30.

Até então, o governo e o próprio presidente haviam se manifestado nas redes sociais enfatizando a importância de uma ação coordenada contra o narcotráfico.

Recentemente, o governo federal sancionou uma lei que pune com prisão quem planeja ataques ou ameaças contra autoridades que combatem o crime organizado, além de criminalizar a obstrução dessas ações.

A operação no Rio foi a mais violenta da história do estado, provocando um conflito entre o governo federal e o governador Cláudio Castro (PL), que acusou a União de negar apoio e de recusar três pedidos de auxílio das Forças Armadas.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do ministro Ricardo Lewandowski, negou as acusações em coletiva de imprensa.

Desde seu retorno da Ásia, o presidente Lula tem dado prioridade ao tema, cobrando rapidez da equipe para encaminhar ao Congresso o projeto de lei antifacção, que atualiza a legislação contra organizações criminosas.

Embora a segurança pública seja responsabilidade dos estados, aliados do presidente avaliam que a crise pode prejudicar a imagem do governo, que vinha apresentando melhora nas avaliações.

Em sua ausência, o presidente em exercício Geraldo Alckmin realizou uma reunião emergencial com ministros e secretários para tratar do assunto. Após o encontro, o governo emitiu nota reafirmando a negativa de falta de apoio ao Rio e anunciou que os ministros iriam ao estado, incluindo participação do governador por telefone.

Também foi autorizada a transferência de cerca de dez detentos do Comando Vermelho para presídios federais de segurança máxima, atendendo pedido do governador.

As discussões continuam enquanto o governo federal busca organizar a resposta à operação e aos desdobramentos das mortes.

Créditos: Folha de S.Paulo

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