PF prende seis suspeitos por fraudes financeiras e lavagem no RN

Seis pessoas foram presas na manhã desta terça-feira (9) pela Polícia Federal no Rio Grande do Norte, entre elas um funcionário de uma instituição financeira federal.
A operação investiga crimes financeiros e lavagem de dinheiro praticados por uma organização criminosa especializada em obter empréstimos fraudulentos por meio de empresas de fachada ou registradas em nome de terceiros, visando não cumprir os contratos.
A Justiça Federal do Rio Grande do Norte decretou uma prisão preventiva e cinco prisões temporárias, além de mandados de busca e apreensão, cumpridos em Natal e na região do Seridó potiguar.
Também foram determinadas medidas para bloqueio de contas bancárias e restrições sobre veículos e imóveis.
As investigações apontam que o esquema contava com vários envolvidos e seguia um padrão estruturado. Entre as práticas constatadas estão o uso de empresas inativas, alterações societárias para incluir “laranjas”, aumento fictício de capital social, apresentação de documentos fiscais falsos, indicação de endereços incompatíveis e uso de garantias inexistentes.
Foi identificado o uso de notas fiscais falsas emitidas e depois canceladas, além da suposta utilização de máquinas inexistentes como garantia.
Algumas empresas declararam faturamentos milionários sem ter empregados registrados.
O funcionário preso atuava para dois núcleos distintos dentro do esquema, cada um com estrutura própria para lavagem de dinheiro.
Após a liberação dos valores, o montante era dividido entre empresas de fachada e contas de pessoas físicas ligadas ao grupo, com compra de veículos e imóveis para blindagem patrimonial.
Parte dos bens estava em nome de terceiros e veículos de alto valor eram encaminhados a outros estados para dificultar o rastreamento.
Investigação indicou que o funcionário adquiriu bens incompatíveis com sua renda.
Informações recebidas pela Polícia Federal indicam que pelo menos 20 empresas foram usadas nas fraudes entre 2022 e 2025, com prejuízo estimado em milhões de reais. Há indícios da participação de outras empresas, podendo aumentar o valor do dano.
Durante as buscas, foram apreendidos documentos, mídias eletrônicas, veículos, registros contábeis e outros materiais ligados ao esquema.
O material apreendido deve auxiliar novas fases da investigação e pode identificar outros envolvidos.
Os investigados poderão responder por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Créditos: G1 RN