Uniões consensuais superam casamentos civis e religiosos no Brasil em 2022

5 de novembro de 2025

Uniões consensuais superam casamentos civis e religiosos no Brasil em 2022

As uniões consensuais cresceram no Brasil e, em 2022, ultrapassaram pela primeira vez o percentual dos casamentos civis e religiosos, tornando-se a forma mais comum de união. Essa informação consta no Censo Demográfico: Nupcialidade e Família, publicado em 5 de abril pelo IBGE.

Em 2022, 38,9% das uniões eram consensuais, 37,9% eram casamentos realizados no civil e religioso, 20,5% eram casamentos somente no civil e 2,6% apenas no religioso.

Entre 2000 e 2022, somente as uniões consensuais e os casamentos civis apresentaram crescimento. As uniões consensuais aumentaram de 28,6% em 2000 para 36,4% em 2010, seguindo para 38,9% em 2022, com uma desaceleração no ritmo da alta entre 2010 e 2022. O casamento somente no civil teve 17,5% em 2000, caiu para 17,2% em 2010 e subiu para 20,5% em 2022.

No mesmo período, o casamento civil e religioso caiu de 49,4% para 37,9%, enquanto o casamento apenas no religioso diminuiu de 4,4% para 2,6%.

A analista do IBGE Luciene Longo relaciona o aumento das uniões consensuais ao fenômeno da Segunda Transição Demográfica, que envolve transformações culturais como o aumento das uniões consensuais, o adiamento dos casamentos e dos nascimentos, além da redução da fecundidade. Essa característica é marcante no Brasil, mesmo que ocorra de modo diverso entre outros países.

De 2000 a 2022, o percentual de pessoas vivendo em união aumentou ligeiramente, passando de 49,5% para 51,3%. O grupo de pessoas que já viveram em união, mas não vivem mais, cresceu de 11,9% para 18,6%. Já aqueles que nunca viveram em união caiu de 38,6% para 30,1%.

Outro ponto é a diferença entre homens e mulheres na proporção de união por faixas etárias: mulheres até 39 anos têm maiores taxas de união que homens nessa idade, mas a situação se inverte a partir dos 40 anos, sendo que aos 60 anos ou mais, 22,5% dos homens e 16,7% das mulheres estão unidos. A idade média para união é 26 anos para homens e 23,5 para mulheres.

Observando por cor ou raça, indígenas, pretos e pardos optam mais por uniões consensuais, com percentuais de 56,0%, 46,1% e 43,8%, respectivamente. Pessoas brancas preferem mais o casamento civil e religioso, com 46%, e os amarelos seguem com 48,2% nessa escolha.

Quanto à combinação dos parceiros, 67% dos indivíduos vivem com pessoas do mesmo grupo racial e 58,2% com nível educacional igual.

Regiões Norte e Nordeste têm as maiores porcentagens de uniões consensuais, sendo o Amapá o estado com o maior percentual (62,6%).

Pessoas mais jovens e com menor renda domiciliar per capita apresentam maior incidência de uniões consensuais, com 52,1% para quem recebe até meio salário mínimo e 40,1% para até um salário mínimo.

Conforme a analista do IBGE, as despesas com um casamento formal levam pessoas com renda mais baixa a preferirem a união informal.

No aspecto religioso, 40,9% dos católicos, 28,7% dos evangélicos, 37,0% de outras religiões e 62,5% dos sem religião optaram pela união consensual.

A coleta do IBGE foi feita com pessoas com 10 anos ou mais, excluindo domicílios em Terras Indígenas.

Créditos: terra

Academia Noova
RN Prefeitura