Cúpula do Clima em Belém tem menor participação de líderes desde 2019

A Cúpula do Clima de Belém, realizada nos dias 6 e 7 de novembro de 2025, contou com a presença de 31 chefes de Estado e de governo, composta por 18 presidentes, 11 primeiros-ministros, o secretário de Estado do Vaticano e um rei. Essa foi a menor participação desde a COP25, em Madri, em 2019.
A próxima edição, a COP30, ocorrerá em Belém de 10 a 21 de novembro. Esse evento anual reúne representantes para debater as mudanças climáticas.
O Ministério das Relações Exteriores informou que 129 líderes participam da conferência, considerando também vice-presidentes, vice-primeiros-ministros e ministros, além dos chefes de Estado e de governo.
Nos países presidencialistas, como o Brasil, o chefe de Estado desempenha também o papel de chefe de governo. Já em sistemas parlamentaristas, o chefe de Estado pode ser um presidente ou monarca, e em algumas conferências oficiais da ONU sobre clima, ambos podem representar o país.
Durante a COP25 em Madri, houve participação limitada de chefes máximos, com apenas três presidentes e três primeiros-ministros, em razão das condições adversas da época. O evento inicialmente seria realizado no Brasil, mas foi transferido para o Chile após a decisão do então presidente Jair Bolsonaro em 2018, que considerou o custo elevado. O Chile cancelou a organização devido a protestos políticos, e a Espanha assumiu a sede com pouco mais de um mês de antecedência.
A COP26, sediada em Glasgow em 2021, teve 120 chefes de Estado presentes. Já a COP28, realizada em Dubai em 2023, foi a mais prestigiada das últimas edições, contando com 139 chefes de Estado, incluindo 78 presidentes, 51 primeiros-ministros, nove monarcas e o secretário de Estado do Vaticano. A maior presença de monarcas esteve relacionada à participação de nações islâmicas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na abertura, enquanto o papa Francisco confirmou presença, mas cancelou por motivo de saúde.
Na edição de 2024, em Baku, Azerbeijão, a presença caiu para 61 chefes de Estado, redução de 55% em relação a 2023.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, participou de todas as COPs entre 2021 e 2025, exercendo funções administrativas e diplomáticas equivalentes às de um primeiro-ministro.
Entre os membros do grupo das sete maiores economias, França, Reino Unido, Alemanha e Itália foram os países com maior frequência de envio de chefes de Estado nas últimas seis edições. O Japão participou com seu primeiro-ministro duas vezes nesse período, enquanto Estados Unidos e Canadá só tiveram seus líderes presentes na COP26 em Glasgow, que foi a última edição com todos os chefes de Estado do G7 presentes.
Nenhum país do G20, fora do G7, enviou seu chefe de Estado mais de duas vezes nas últimas seis conferências; México e China não enviaram seus governantes nenhuma vez nesse intervalo. Em 2023, a China era o maior emissor mundial de gases de efeito estufa.
Créditos: Poder360