RN tem terceira maior expectativa de vida do país e lidera no Nordeste

2 de dezembro de 2025

RN tem terceira maior expectativa de vida do país e lidera no Nordeste

A expectativa de vida no Rio Grande do Norte alcançou 77,83 anos, configurando a terceira maior do Brasil e a maior da região Nordeste. Conforme as Tábuas de Mortalidade 2024 do IBGE, o aumento foi de 18 meses em relação ao ano anterior. Especialistas ressaltam que, apesar desse avanço, o aumento da longevidade gera maior pressão sobre a previdência e evidencia a necessidade de políticas de saúde voltadas para uma população envelhecida.

No ranking nacional, o Rio Grande do Norte fica atrás apenas do Distrito Federal, com 79,75 anos, e Santa Catarina, com 78,27 anos. A média do Nordeste é de 76,15 anos. O IBGE projeta que essa longevidade continuará crescendo nos próximos anos. Damião Ernane de Souza, chefe do Setor de Disseminação de Informações do IBGE no estado, informa que a proporção de pessoas acima de 60 anos será maior que a de pessoas com 15 anos ou mais.

Em Natal, quase 20% da população já tem 60 anos ou mais, reflexo da transição demográfica em curso. Segundo Damião Ernane, a redução das taxas de fecundidade e natalidade faz com que nasçam menos crianças e as pessoas vivam mais, uma tendência observada em todo o Brasil.

A média nacional de expectativa de vida atingiu 76,6 anos, um aumento de 2,5 meses sobre o ano anterior. No estado e no país, os homens vivem menos que as mulheres, com médias de 74,38 e 81,24 anos, respectivamente.

Ricardo Ojima, pesquisador da UFRN, associa a menor longevidade masculina à maior incidência de mortes violentas, especialmente acidentes de trânsito e violência entre jovens de 20 a 30 anos. Outro fator para essa diferença é que homens tendem a cuidar menos da saúde com o avanço da idade, evidenciando um machismo estrutural.

O aumento da expectativa de vida decorre da redução da mortalidade em todas as faixas etárias, principalmente entre crianças menores de 1 ano, grupo que mais impacta a média geral quando a morte é evitada.

O avanço da longevidade impõe desafios para políticas públicas focadas no bem-estar dos idosos. O aumento do número de beneficiários em relação aos contribuintes da previdência e os custos mais elevados para cuidados de uma população envelhecida são algumas das questões apontadas por Ojima.

O demógrafo José Vilton enfatiza o papel do acesso e dos avanços na saúde pública no aumento da longevidade e alerta para a necessidade de preparo do setor para atender a população idosa. Ele destaca que o foco das políticas públicas, que no passado esteve na infância, deve voltar-se atualmente para o cuidado dos idosos.

Para a geriatra Ângela Costa, o acompanhamento médico constante é fundamental. Ela ressalta que os fatores essenciais para uma vida longa e com qualidade envolvem a manutenção da saúde física, emocional e social.

O IBGE prevê que a expectativa de vida no Rio Grande do Norte chegará a 78,01 anos em 2025. Segundo Damião Ernane, o estado alcançará o chamado “estacionamento populacional” em 2041, quando os nascimentos deixam de superar os óbitos. No Brasil, esse fenômeno deve ocorrer em 2037.

Essa mudança demográfica implica a redução do número de jovens e o aumento da proporção de idosos, tendência que deve se intensificar nas próximas décadas, sendo a queda na natalidade o principal fator para esse cenário.

Créditos: Tribuna do Norte

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