Secretário do RN nega bomba fiscal para vice Walter e descarta explosão de gastos em 2026

4 de dezembro de 2025

Secretário do RN nega bomba fiscal para vice Walter e descarta explosão de gastos em 2026

O secretário da Fazenda do Rio Grande do Norte, Cadu Xavier, rejeitou que a administração da governadora Fátima Bezerra (PT) deixe uma “bomba fiscal” para o vice-governador Walter Alves (MDB), que assume em abril.

Em entrevista à rádio 98 FM, Cadu afastou a possibilidade de um aumento brusco nos gastos com pessoal para o próximo ano.

Fátima Bezerra já informou que renunciará ao governo em abril para disputar o Senado, e especulações recentes apontaram que Walter Alves poderia não assumir a gestão devido à crise fiscal, o que levaria a presidência da Assembleia Legislativa ou do Tribunal de Justiça a assumir e convocar eleição indireta.

Cadu defendeu que um possível colapso no governo de Walter afetaria tanto sua pré-candidatura ao governo quanto a de Fátima. Ele afirmou que não faz sentido criar uma situação caótica para uma administração que teria duração de poucos meses, pois a responsabilidade do governo permanece com o grupo político.

Utilizando uma analogia esportiva, o secretário explicou que a governadora passará o comando para Walter, mas a responsabilidade segue até o final do mandato e que o vice assumirá a continuidade do projeto, preservando o funcionamento do Estado.

Sobre o salário dos servidores, Cadu negou que haja previsão de aumento significativo já no primeiro quadrimestre de 2026, classificando tal hipótese como irresponsável. Ele destacou que o crescimento da folha no próximo ano deve ficar entre 7% e 8%, resultado de projeções oficiais baseadas na proposta orçamentária e que refletem reajustes pactuados em 2024.

O secretário explicou que foram acordados reajustes para janeiro e abril de 2026 que, somados, devem equivaler ao dobro do IPCA. Nos anos seguintes, a reposição salarial deve acompanhar a inflação.

Além disso, o Estado adotou uma política para conter o aumento das despesas com pessoal, limitando o crescimento da folha a 80% da variação da receita corrente líquida para garantir equilíbrio financeiro.

Cadu também contradisse estimativas que apontam dívidas bilionárias do governo entre R$ 5 e R$ 6 bilhões, afirmando que esses valores não constam na peça orçamentária. Ele ressaltou que os “restos a pagar” herdados estavam na casa dos R$ 3 bilhões e que a previsão para o fim de 2025 é de cerca de R$ 1,1 bilhão, mostrando uma evolução e controle neste aspecto.

Ainda explicou que os maiores valores apontados referem-se a precatórios, dívidas judiciais antigas decorrentes de condenações ao Estado, e não a pagamentos a fornecedores.

O processo de transição entre governadora e vice vem sendo conduzido desde o segundo semestre com análises técnicas e administrativas para garantir clareza e organização, com prazo definido para decisões até 31 de dezembro.

Ao comentar a relação política, Cadu disse que não há rompimento com Walter Alves e que a avaliação de cenários políticos é natural. Ele garantiu que a pré-candidatura ao Governo segue firme e que Fátima Bezerra manterá sua candidatura ao Senado, reforçando a importância da aliança PT/MDB e a construção de apoio nacional.

Sobre composição da chapa, citou o ex-senador Jean Paul Prates como uma possibilidade para o Senado, exaltando sua trajetória no RN e indicando que é bem-vindo na base política.

Finalizou destacando o papel fundamental do presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira (PSDB), para manter a unidade da coalizão.

Créditos: Agora RN

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