O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicou a saída de Celso Sabino do Ministério do Turismo ao término da reunião ministerial realizada nesta quarta-feira (17).

Fontes indicam que o pedido de afastamento partiu do União Brasil, partido que indicou Sabino, após sua expulsão da sigla.

O nome escolhido para substituir Sabino é Gustavo Feliciano, filho do deputado federal Damião Feliciano (União Brasil-PB), confirmado pelo senador Efraim Filho (União-PB), líder do partido.

Sabino foi expulso do União Brasil no final do mês anterior por infidelidade partidária, decisão tomada pelos dirigentes após ele não ter respeitado a ordem do partido de deixar o ministério.

Segundo auxiliares do presidente Lula, o União Brasil solicitou a cadeira ministerial depois de expulsar Sabino, e essa transferência foi negociada entre o partido e a ala política do Planalto.

A saída de Sabino foi anunciada após o encerramento da reunião na Granja do Torto. Ele planeja candidatar-se ao Senado nas eleições do próximo ano.

Em setembro, o partido havia aprovado resolução que exigia que membros filiados se afastassem dos cargos na gestão Lula sob ameaça de punições, incluindo expulsão, como ocorreu com Sabino, que escolheu permanecer no ministério.

Apesar da medida, o União Brasil manteve influência no governo por intermédio dos ministros Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira (Comunicações), que ocupam pastas atribuídas à sigla, embora não sejam filiados.

Waldez Góes é filiado ao PDT, mas indicado pelo União Brasil, enquanto Frederico Siqueira assumiu a pasta de Comunicações em abril, após a saída de Juscelino Filho (União-MA), denunciado pela Procuradoria-Geral da República por supostas irregularidades.

Ao longo do processo, houve disputas internas no partido, como a recusa do deputado Pedro Lucas ao convite para assumir Ministério das Comunicações, devido a disputas pelo controle da bancada na Câmara.

A pressão do União Brasil para retirar seus filiados do governo veio após reportagens que apontaram suposta ligação do presidente nacional do partido, Antônio de Rueda, com o Primeiro Comando da Capital (PCC), o que ele nega.

O partido reagiu declarando suspeitas sobre o uso político da estrutura estatal para desgastar Rueda e se uniu ao PP numa federação partidária.

Internamente, a situação entre o partido e o governo tornou-se insustentável após declarações do presidente Lula afirmando que Rueda não gosta dele nem do governo, acusações que Rueda rebatou publicamente.

O nome de Gustavo Feliciano, aprovado pelo presidente do partido Antônio de Rueda, também representa um gesto do presidente Lula à bancada evangélica, segmento importante do eleitorado.

Damião Feliciano, pai do indicado, é coordenador da bancada evangélica e da bancada negra na Câmara, e a nomeação foi negociada com a ala governista do União Brasil.

Créditos: G1