Cajueiro de Pirangi vira Unidade de Conservação Ambiental no RN

22 de dezembro de 2025

Cajueiro de Pirangi vira Unidade de Conservação Ambiental no RN

O Cajueiro de Pirangi, um dos mais emblemáticos símbolos naturais do Rio Grande do Norte, foi oficialmente incluído no Sistema Estadual de Unidades de Conservação. Um decreto estadual instituiu o Monumento Natural Cajueiro de Pirangi (MONACAJU), uma unidade de proteção integral situada em Parnamirim, sob a gestão do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema).

Esta iniciativa torna permanente a proteção de uma área de 8.497,54 metros quadrados que abriga o maior cajueiro do mundo, reconhecido não só por seu tamanho, mas também pelo valor histórico, cultural, turístico e paisagístico que representa para o estado. A criação do MONACAJU estabelece regras específicas para o uso, conservação e manejo da área, conforme a legislação federal sobre unidades de conservação.

Segundo o decreto assinado pela governadora Fátima Bezerra (PT-RN), o objetivo central da nova unidade é garantir a integridade biológica, genética e ecológica do cajueiro. A proteção também alcança a fauna local, incluindo espécies ameaçadas de extinção, como o lagartinho-de-folhiço (Coleodactylus natalensis) e a cobra-de-duas-cabeças (Amphisbaena heathi). O decreto ainda incentiva a pesquisa científica, a educação ambiental e a interpretação da natureza por visitantes e moradores.

Além da proteção ambiental, o decreto reconhece o monumento como um importante elemento da identidade potiguar. O MONACAJU deve apoiar a valorização do patrimônio cultural relacionado ao cajueiro e fortalecer o turismo sustentável, com potencial para beneficiar a economia local gerando emprego e renda, desde que as atividades respeitem a conservação da unidade.

Thales Dantas, diretor do Idema, afirmou que a criação do monumento simboliza uma mudança na política ambiental do estado e reforça a ampliação das áreas protegidas. É a 12ª unidade de conservação criada pelo estado e a segunda durante a gestão da governadora Fátima Bezerra, que prevê a criação de mais oito unidades. Segundo ele, o atual governo pode se tornar o que mais protege a biodiversidade, conciliando preservação ambiental, turismo e a proteção dos biomas da Caatinga e Mata Atlântica.

Ainda segundo Dantas, o MONACAJU representa esse compromisso por meio de uma ação concreta do governo estadual e do órgão ambiental no comando da nova unidade.

O decreto também determina que todas as atividades dentro da área e na futura zona de amortecimento deverão obedecer a um Plano de Manejo, que o Idema deverá elaborar em até cinco anos. Enquanto o plano não estiver pronto, somente ações que mantenham a integridade da unidade serão permitidas. A visitação pública e a pesquisa científica precisarão de normas específicas e autorização do órgão gestor.

Está prevista a criação de um Conselho Gestor consultivo, com representantes do poder público e da sociedade, responsável por acompanhar o monumento natural e criar seu regimento interno. O conselho será presidido por um representante do Idema, reforçando o papel deste na política ambiental local.

Ao transformar o Cajueiro de Pirangi em monumento natural, o estado garante proteção legal a esse patrimônio singular, equilibrando preservação rigorosa, geração de conhecimento e visitação responsável. Assim, o cajueiro é reafirmado como um símbolo vivo da biodiversidade e cultura do Rio Grande do Norte.

Créditos: Saiba Mais

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