Chefe militar dos EUA visita base no Caribe em meio a tensões com Venezuela

25 de novembro de 2025

Chefe militar dos EUA visita base no Caribe em meio a tensões com Venezuela

O general Dan Caine, chefe do Estado-Maior Conjunto dos EUA, realizou uma visita a Porto Rico no contexto do aumento das tensões com a Venezuela. A presença militar dos Estados Unidos no Caribe, que inclui o porta-aviões USS Gerald R. Ford, tem o objetivo de pressionar o governo de Nicolás Maduro.

A visita de Caine incluiu a base Roosevelt Roads, recentemente reativada em Porto Rico, e segue os exercícios militares conjuntos entre as forças dos EUA e Trinidad e Tobago, que envolvem fuzileiros navais da 22ª Unidade Expedicionária.

A administração do presidente Donald Trump avalia medidas adicionais de pressão, inclusive potenciais ações militares. Monitorada pelo Pentágono, a Operação Lança do Sul representa a maior mobilização naval americana na região desde a crise de 1962 com Cuba. Navios americanos realizam operações próximas à costa venezuelana, em áreas distantes das principais rotas de tráfico de drogas.

A visita ocorreu com Caine acompanhado por David L. Isom, integrante da elite Navy SEALs, para reuniões com o Comando Sul. Cerca de 15 mil militares, incluindo fuzileiros navais e cerca de 5 mil em Porto Rico, atuam na região.

Além disso, Trump autorizou planos da CIA para operações secretas na Venezuela, sem detalhes públicos, e negociações por canais informais, incluindo uma proposta rejeitada na qual Maduro deixaria o cargo após alguns anos.

Nos últimos meses, os EUA aumentaram ações contra embarcações acusadas de tráfico de drogas no Caribe e no Pacífico. Desde setembro, 21 ofensivas resultaram na morte de 83 pessoas. Caças e bombardeiros americanos realizam frequentes voos de treinamento próximo ao litoral venezuelano.

Embora Trump não tenha decidido sobre novas ações militares, ele indicou possíveis ataques terrestres, discutidos em encontros da segurança nacional.

A base Roosevelt Roads, desativada desde 2004, foi modernizada para apoiar as operações recentes, incluindo melhorias nas pistas e instalação de equipamentos para tráfego aéreo. Imagens de satélite também mostram construções em aeroportos civis em Porto Rico e nas Ilhas Virgens, além de missões aéreas a partir do principal aeroporto em El Salvador. Estados Unidos também recebem apoio logístico em países pequenos da região, como Granada e Trinidad e Tobago.

A Venezuela acusa os EUA de cercar o país e intensificou repressão interna, com denúncias via aplicativos, prisões de suspeitos e o envio de grupos paramilitares a bairros pobres para controlar a população.

Ao fim da cúpula do G20, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva expressou a intenção de contatar Trump para manifestar preocupação com a presença militar americana próxima à Venezuela, alertando para os riscos de desestabilização na América do Sul. Lula defendeu que não há razão para guerra, ressaltando a necessidade de soluções antes de uma escalada do conflito.

A situação também impactou a aviação comercial, pois companhias aéreas cancelaram voos para ou da Venezuela após alerta da Administração Federal de Aviação dos EUA sobre o agravamento da segurança e da atividade militar na região, gerando especulações sobre possíveis operações dos EUA.

Créditos: O Globo

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