EUA classificam governo Maduro como organização terrorista estrangeira

24 de novembro de 2025

EUA classificam governo Maduro como organização terrorista estrangeira

Os Estados Unidos designaram nesta segunda-feira, 24, o Cartel dos Sóis — grupo supostamente formado por membros do governo venezuelano e liderado por Nicolás Maduro — como uma organização terrorista estrangeira. Com essa classificação, o governo de Donald Trump busca ampliar sua autoridade para atuar na Venezuela, em meio a uma crescente tensão que levou ao deslocamento de ativos militares americanos para o Mar do Caribe.

A nova designação permite que o presidente Trump imponha sanções adicionais contra bens e estruturas ligadas a Maduro. Contudo, juristas ressaltam que o uso explícito de força letal não está autorizado. Ainda assim, autoridades americanas afirmam que essa classificação, uma das principais ferramentas antiterroristas do Departamento de Estado, concede a Washington maior possibilidade para ações militares dentro da Venezuela.

Especialistas explicam que o termo “Cartel dos Sóis” representa menos uma organização criminosa formal e mais uma rede fragmentada de grupos corruptos no Exército venezuelano, supostamente vinculados ao narcotráfico. Maduro refuta qualquer envolvimento pessoal com o tráfico de drogas e seu governo nega continuamente a existência do cartel.

A mudança de classificação fora anunciada em 16 de novembro e ocorre enquanto as Forças Armadas dos EUA mobilizam mais de uma dúzia de navios e 15 mil soldados no Caribe, como parte da “Operação Lança do Sul”. Em suas ações, os militares americanos já mataram pelo menos 83 pessoas em ataques a embarcações acusadas de transportar drogas no Caribe e no Pacífico Oriental.

Segundo a imprensa americana, o presidente Trump foi informado pelo secretário da Defesa, Pete Hegseth, e outros membros do Pentágono sobre diversas possibilidades de ação na Venezuela, incluindo ataques a instalações militares ou governamentais e operações especiais da CIA. Ainda existe também a opção de não realizar nenhuma intervenção.

Uma pesquisa divulgada pela CBS News/YouGov aponta que 70% dos americanos se opõem a uma ação militar dos EUA na Venezuela, contra 30% que apoiam. Além disso, 76% dos entrevistados afirmam que o governo Trump não esclareceu claramente sua posição sobre a possibilidade de intervenção militar.

Oficialmente, a Casa Branca informa que o foco é a redução do fluxo ilegal de imigrantes e drogas. Entretanto, as medidas adotadas indicam que o objetivo pode incluir a mudança de regime na Venezuela. Um funcionário do governo americano declarou à CNN que Trump espera que a pressão seja suficiente para forçar Maduro a renunciar sem recorrer a uma ação militar direta.

Apesar da escalada, Trump demonstrou disposição para uma solução diplomática, afirmando recentemente que Maduro “gostaria de conversar” e que estaria aberto a falar com ele “em algum momento”. Como sinal das tensões, no último dia 20 os EUA realizaram sua maior demonstração militar próxima à Venezuela, com pelo menos seis aeronaves americanas sobrevoando a costa venezuelana durante várias horas, incluindo o caça F/A-18E, o bombardeiro B-52 e uma aeronave de reconhecimento, conforme relatado pela CNN.

Créditos: Veja Abril

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