Governadores Leite e Zema divergem sobre prisão preventiva de Bolsonaro

Os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), expressaram opiniões distintas sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada no sábado (22.nov.2025). Ambos participaram de um jantar do Grupo Voto no hotel Palácio Tangará, em São Paulo.
Para Eduardo Leite, a prisão foi justificada tecnicamente, pois Bolsonaro, que cumpria prisão domiciliar, teria tentado manipular a tornozeleira eletrônica que usava.
A ordem de prisão foi emitida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da Polícia Federal. A decisão foi confirmada na segunda-feira (24.nov) pela 1ª Turma do STF. No vídeo anexado ao pedido, Bolsonaro admitiu ter utilizado um ferro de solda para tentar alterar o funcionamento da tornozeleira.
Na audiência realizada no domingo (23.nov), Bolsonaro alegou ter tido um surto mental, e sua defesa apresentou um relatório médico que aponta alucinações provocadas pela combinação de três medicamentos.
Leite disse que, do ponto de vista legal, a tentativa de violar a tornozeleira justifica a prisão. Contudo, do ponto de vista político e institucional, lamenta que a situação reflita um momento de grande polarização e tensão.
O governador gaúcho ainda criticou a “direita mais radicalizada, capitaneada por Bolsonaro”, dizendo que seu objetivo não foi promover um Estado mais eficiente e próspero, mas sim destruir adversários.
Ele manifestou esperança de que, nos próximos meses, seja possível construir um caminho para uma candidatura que represente mudanças no país. O PSD considera duas pré-candidaturas para a disputa presidencial de 2026 contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT): a do governador do Paraná, Ratinho Junior, e a própria de Leite, que também avalia disputar uma vaga no Senado.
Por outro lado, Romeu Zema criticou a prisão preventiva e afirmou que Bolsonaro parece ser vítima de perseguição política. O governador mineiro, pré-candidato do Novo à Presidência, já havia se manifestado sobre o tema em suas redes sociais.
Zema questionou a rapidez da prisão, citando que, geralmente, mandados nesse tipo de situação levam meses para serem expedidos, o que indicaria, para ele, uma perseguição política.
Ele acredita que Bolsonaro foi levado a violar a tornozeleira por uma “situação extrema” e negou que isso caracterize uma tentativa de fuga. Ressaltou que, mesmo com vigilância constante durante prisão domiciliar, o uso da tornozeleira eletrônica foi exigido, o que considerou um excesso.
Ambos os governadores demonstram suas posições frente ao contexto político delicado envolvendo a prisão do ex-presidente, evidenciando visões divergentes sobre o caso.
Créditos: Poder360