O ex-presidente Jair Bolsonaro será internado na manhã desta quarta-feira, em Brasília, para realização de exames e preparo pré-operatório visando uma cirurgia para corrigir uma hérnia inguinal bilateral. A internação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, após perícia da Polícia Federal indicar a necessidade do procedimento.

O cirurgião-geral Cláudio Birolini, responsável pelo acompanhamento de Bolsonaro, informou que o ex-presidente deve chegar ao hospital DF Star ainda pela manhã. A equipe médica planeja divulgar boletins diários para informar sobre os procedimentos realizados e o progresso clínico a partir da internação.

A agenda para esta quarta-feira inclui exames clínicos e de imagem, além do preparo para a cirurgia. O procedimento está marcado para a manhã de quinta-feira, dia de Natal, e tem duração estimada entre três e quatro horas.

Cláudio Birolini comentou que ainda não foi definido o momento para a aplicação do procedimento anestésico no nervo frênico, que pode ser realizado para aliviar crises de soluços persistentes apresentadas por Bolsonaro nos últimos meses.

Antes da cirurgia, Bolsonaro passará por exames clínicos e laboratoriais para confirmar o diagnóstico, avaliar seu estado geral de saúde e minimizar os riscos associados. Esta etapa inclui avaliações cardiológica e anestésica, ajustes na medicação e preparo necessários para a intervenção.

A hérnia inguinal bilateral acontece quando parte do intestino projeta-se através de pontos enfraquecidos na parede abdominal da região da virilha. A cirurgia tem o objetivo de reposicionar o conteúdo abdominal e reforçar os músculos locais, reduzindo o risco de dor, complicações ou novas hérnias. O procedimento será feito com anestesia geral e contínuo monitoramento das funções vitais.

A equipe médica avaliará o momento adequado para realizar um bloqueio anestésico do nervo frênico, que pode ajudar a reduzir as crises de soluços persistentes. O nervo frênico estimula o diafragma, botão essencial para a respiração, e o bloqueio visa interromper estímulos neurológicos anormais que provocam contrações involuntárias.

No pós-operatório, Bolsonaro receberá controle rigoroso da dor com analgesia adequada e monitoramento constante. A recuperação incluirá fisioterapia para mobilização precoce e melhora da função respiratória, além de cuidados preventivos contra eventos trombóticos, como trombose venosa profunda.

A equipe médica projeta que o ex-presidente permaneça internado entre cinco e sete dias, tempo necessário para analgesia, fisioterapia, prevenção de complicações e vigilância clínica, considerando o histórico de cirurgias abdominais.

A defesa de Bolsonaro solicitou ao STF a internação no dia 24 para exames preparatórios e a cirurgia no dia seguinte. O pedido foi analisado e aprovado pelo ministro Moraes, que destacou que Bolsonaro mantém “plenas condições de tratamento de saúde” na Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal.

Embora reconhecendo a indicação médica, Moraes ressaltou que a cirurgia é eletiva, não emergencial. A perícia da Polícia Federal recomendou que o procedimento aconteça “o mais breve possível”, sem caracterizar urgência imediata.

Durante a internação, Bolsonaro será acompanhado pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. A defesa também havia solicitado a presença dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ).

Créditos: Tribuna do Norte