Maduro agradece Lula e Papa Leão 14 por pedidos de paz diante de tensões com EUA

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro (Partido Socialista Unido da Venezuela, esquerda), manifestou agradecimento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e ao Papa Leão 14 na terça-feira (4.nov.2025) por seus pedidos de paz diante das tensões com os Estados Unidos e das ofensivas militares do presidente Donald Trump (Partido Republicano) no Caribe.
Durante seu discurso no congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela, realizado em Caracas, Maduro destacou as declarações do papa e de Lula. O pontífice criticou o envio de navios de guerra pelos Estados Unidos próximos à costa venezuelana, afirmando que as forças armadas norte-americanas deveriam “defender a paz” e que as ações do presidente Trump estavam “aumentando a tensão”.
“Não venceremos com violência, a coisa a se fazer é buscar diálogo e um jeito correto de encontrar soluções para problemas que podem existir em um país”, declarou o papa em entrevista a jornalistas.
Na mesma data, Lula afirmou que a presença militar dos Estados Unidos na América Latina será tema da Cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), marcada para os dias 9 e 10 de novembro. Em entrevista a jornalistas em Belém, o presidente brasileiro disse que “a reunião da Celac só faz sentido agora se for para discutir a questão dos navios de guerra dos EUA”.
Maduro também agradeceu a Lula pelo pronunciamento em favor da paz na América do Sul e pela valorização do papel da Celac. “Agradeço ao presidente Lula da Silva, pois fez um forte pronunciamento pela paz na América do Sul, na América Latina, e sobre o poder que a Celac deve ter”, afirmou o líder venezuelano.
Além disso, o presidente da Venezuela expressou gratidão ao Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pela condenação das ameaças feitas por Trump contra o país.
Desde setembro, os Estados Unidos realizam ofensivas regulares contra embarcações no oceano Pacífico e no mar do Caribe, ações ordenadas por Trump e pelo secretário de Guerra, Pete Hegseth, com o propósito declarado de combater o narcotráfico.
Segundo o governo norte-americano, as embarcações atacadas transportam drogas da Venezuela e da Colômbia rumo ao território dos EUA. Em contrapartida, a Venezuela argumenta que essas ações ameaçam sua soberania nacional.
Até o momento, os 15 ataques contabilizados resultaram em 16 embarcações destruídas e 64 mortos.
Créditos: Poder360