Preço do café subiu quase 50% em um ano; veja motivos

O preço do café subiu 46% em 2024 nas gôndolas do varejo e passou a pesar mais no bolso do consumidor brasileiro. A bebida mais consumida no país vem sendo considerada um dos vilões da inflação de alimentos. E, pelo menos por enquanto, a tendência é continuar subindo.
Por que o café está tão caro?
O estoque baixo de café é resultado da falta de chuvas durante o desenvolvimento das lavouras. Muitos produtores precisaram adotar técnicas para a manutenção nas lavouras, aumentando os gastos com a produção. O mesmo aconteceu no combate às pragas que aparecem junto com as temperaturas altas.
Outro fator de elevação do preço nas prateleiras são as exportações. Em dezembro de 2024, os embarques somaram 3,8 milhões de sacas de 60 quilos. No resultado anual, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) contabilizou um volume recorde de 50,44 milhões de sacas de 60 quilos.
Os números refletem quebras de produção em outros importantes fornecedores do mercado internacional, como Vietnã e Indonésia, que também tiveram problemas climáticos. Isso em um cenário de aumento no consumo da bebida, de acordo com especialistas e agentes do mercado.
A situação contribuiu com a alta dos preços da commodity nas bolsas internacionais, com impacto sobre as cotações internas, do produtor ao consumidor. Na bolsa de Nova York, os principais contratos de café arábica atingiram preços jamais vistos na história. Os lotes para março de 2025, os mais negociados neste momento, dobraram de preço em um ano. Nesta quarta-feira, a cotação voltou a subir e fechou a US$ 3,97 a libra-peso, renovando a máxima histórica.
No mercado interno, o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para o café arábica, com base em São Paulo, acumulou alta de 12,54% em janeiro. Encerrou o mês passado a R$ 2.508,18 a saca de 60 quilos. Nos primeiros dias deste mês, a referência está em alta de 2,08% até a terça-feira (4/2), quando valia R$ 2.560,36 a saca.
Globo Rural