Violência e saúde mental: especialista analisa impacto de situações de crise no cotidiano

Nos últimos dias, o Rio Grande do Norte tem vivenciado uma série de situações de violência, o que tem afetado o dia a dia da população. Em virtude dos atos cometidos por criminosos, serviços básicos como transporte público, coleta de lixo e atendimento nas unidades de saúde chegaram a ser suspensos.
Neste cenário, é muito comum que os indivíduos experimentem sensações desagradáveis. A psicóloga e professora da Universidade Potiguar (UnP), Marília Lino, explica que diversos estudos apontam que a violência ou a exposição a situações violentas afetam diretamente a saúde mental.
“Essa exposição traz consequências que vão de sintomas como ansiedade, depressão, dificuldades para dormir, se concentrar, até o surgimento de transtornos psíquicos mais graves”, explica. Ainda de acordo com Marília, também é muito importante estar atento a quem já convive com essas doenças, uma vez que os quadros de adoecimento mental podem ser agravados.
“Quem já apresenta um quadro de ansiedade e depressão possivelmente estará mais vulnerável aos danos provocados pela violência, especialmente se não estiver em acompanhamento psicológico ou psiquiátrico”, afirma.
“Ainda assim, é importante lembrar que, embora cada pessoa sinta à sua forma, a partir do modo como se relaciona consigo, com os outros e o contexto sócio-histórico em que se desenvolveu ao longo da vida e está inserida, a violência é um fenômeno social com grande capacidade de afetar de maneira mais ampla e direta a todos nós”, alerta Marília.