EUA reduzem operações em 40 aeroportos no 38º dia de shutdown

A partir de hoje, os 40 maiores aeroportos dos Estados Unidos terão suas operações reduzidas em 4%. A decisão foi tomada para preservar a segurança no setor diante da falta de profissionais, causada pelo shutdown federal que completa 38 dias.
Essa limitação vale para aeroportos importantes, como os de Nova York (John F. Kennedy e LaGuardia), Miami, Orlando, Los Angeles e Dallas, conforme determinação da FAA, órgão regulador da aviação americana.
A redução será progressiva, chegando a 6% a partir de 11 de novembro, 8% em 13 de novembro e 10% em 14 de novembro.
Estima-se que a medida retire cerca de 700 voos diários da malha aérea americana. Segundo a consultoria Cirium, via Reuters, a regra implica no cancelamento de 220 voos da American Airlines, 188 da United, 170 da Delta e 120 da Southwest.
Além da limitação das decolagens, a FAA implementou outros três protocolos para garantir a segurança: proibiu aproximações por voo visual em aeroportos com falta significativa de profissionais, restringiu operações comerciais no período das 22h às 6h e baniu voos com paraquedas e missões fotográficas próximas a áreas carentes de pessoal.
O shutdown federal deixou 13 mil controladores de tráfego aéreo e 50 mil agentes da Administração de Segurança no Transporte sem remuneração, elevando a ausência de servidores. A FAA informa que o setor aéreo opera com cerca de 3,5 mil trabalhadores a menos.
Essas medidas foram adotadas com base na análise de dados de segurança, incluindo relatórios confidenciais de pilotos e controladores que apontaram maior pressão sobre o sistema e aumento do risco.
As companhias aéreas terão que reembolsar integralmente os bilhetes cancelados, mas não são obrigadas a cobrir custos adicionais, como hospedagem ou alimentação, seguindo o padrão americano para atrasos ou cancelamentos não imputáveis às empresas.
Este é o shutdown mais longo da história dos EUA, iniciado em 1º de outubro após o Congresso não aprovar o orçamento para 2025/2026, causando o maior impasse da economia do país.
A paralisação ameaça o feriado de Ação de Graças, celebrado em 27 de novembro, quando milhões de americanos viajam. A redução de servidores nos aeroportos, rodovias e estradas pode impactar essas celebrações, alertam companhias aéreas e agências. Em 2024, 80 milhões de americanos viajaram internamente, sendo 6 milhões por avião.
Créditos: UOL Economia