Com queda de preços, Bolsa vê crescer recompra de ações

27 de março de 2023

A forte queda da Bolsa nos últimos meses desencadeou um movimento de recompra de ações por grandes empresas no Brasil para tentar manter o preço dos papéis. Só neste ano até o último dia 15, 16 companhias anunciaram novos programas de recompra de ações na B3, ante 11 em igual período do ano passado. Em valores, o número teve aumento de mais de 300%, pulando de R$ 2,9 bilhões para R$ 11,4 bilhões, segundo estimativa da Economática.

O objetivo da operação – adotada por empresas como Vale, Vivo, Renner e Azul – é gerar interesse pelas ações, garantir o valor de mercado em fase de baixa na Bolsa, usar os papéis para remunerar a diretoria ou para obter lucro no futuro.

Em 2022, foram 71 programas de recompra anunciados, com um valor estimado de R$ 76,2 bilhões, salto de quase dez vezes ante 2021. Devido ao amplo prazo para a realização da recompra, normalmente de 18 meses, o total de programas hoje em aberto passa de uma centena, ou cerca de 20% de todas as companhias listadas.

Em valores, o maior programa hoje em vigor é o da mineradora Vale. Anunciada em abril do ano passado, a recompra de 500 milhões de ações equivale a 10% do total em circulação, e é estimada em R$ 41 bilhões (em valores da época).

Gustavo Pimenta, vice-presidente executivo de Finanças e Relações com Investidores da empresa, diz que os papéis recomprados ficam em tesouraria e são posteriormente cancelados. Foram realizados três cancelamentos de ações desde o início do primeiro programa de recompra, em 2021.

“A recompra de ações demonstra nossa confiança no potencial de criação e compartilhamento de valor da Vale, e é uma das melhores opções de investimento para a companhia”, afirma o executivo.

Estadão Conteúdo

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